Andava eu nos primeiros anos de preparação para o
Crisma quando, a convite da minha catequista na altura (Paulinha), fui a um
encontro do MMF em Braga. Foi aí que pela primeira vez tive o prazer de
contactar com o grandioso Homem que é o Frei Carlos.
Começou por “obrigar-nos” a colocar os telemóveis
num cestinho que colocou perto dele e “ameaçou” se algum deles tocasse. Seguiram-se
alguns alguns testemunhos sobre o seu percurso com os jovens, contou algumas
histórias engraçadas dos seus alunos, disse que conhecia todas as nossas
“manhas” e “truques” e, lembro-me perfeitamente, que se virou para a minha
amiga do lado e lhe disse “vêem, esta nossa amiga está quase a dormir,
perfeitamente visível só pela maneira como se mexe na cadeira”. Gargalhada
geral. Gargalhadas essas que iam sendo uma constante, intercaladas por períodos
de verdadeira reflexão, oração e partilha.
Já lá vão uns anos mas há uma história, escrita
pelo Frei Carlos, que ele contou nesse mesmo encontro e da qual eu jamais me
esquecerei. Provavelmente outros conhecerão e o Frei que me perdoe se a minha
memória aldrabar alguns pormenores, mas era mais ou menos assim:
Um pai,
bastante atarefado, rasgou aos quadradinhos um mapa-mundo que estava numa folha
de uma revista e pediu ao filho que montasse o “puzzle”, uma vez que ele tinha
muitas coisas para fazer. Como o filho ainda nem na escola andava, pensou que
demoraria muito até completar a imagem. Todavia, poucos minutos depois, a
criança apresentou ao pai a imagem do mapa com todas as peças no devido lugar.
Intrigado o pai perguntou-lhe como tinha ele conseguido resolvê-lo. Foi então
que a criança respondeu: “Na parte de trás tinha a imagem de Nossa Senhora”.
Não me perguntem por que razão esta história me
ficou particularmente gravada, talvez por ser a primeira e com uma mensagem tão
simples e tão bela ou, então, porque é dela que me lembro sempre que recordo o
primeiro dia que vi o Frei Carlos.
Desde então, são inúmeros os testemunhos, as
mensagens, os conselhos e ensinamentos que guardo na minha cabeça e,
essencialmente, no meu coração de um Homem que amava a Igreja e os jovens,
entendo-os como ninguém, um orador inigualável, sapiente, de um altruísmo
extremo e com um coração ainda maior. E, acima de tudo, alguém que soube guiar
muitos jovens pelos caminhos da fé e do amor, ajudando-os a encontrarem Jesus e
Nossa Senhora.
Que olhe sempre por nós e nos dê força para dar
continuidade ao que, durante todos estes anos, Ele construiu!
Ana Machado
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